domingo, fevereiro 11, 2007
quinta-feira, outubro 12, 2006
Tudo e nada...
I've been travelling but I don't know where
I've been missing you but you just don't care
And I've been wandering, I've seen Greece and Rome
Lost in the wilderness, so far from home
Yeah, yeah
I've been to Africa, looking for my soul
And I feel like an actor looking for a role
I've been in Arabia, I've seen a million stars
Been sipping champagne on the boulevards - yes
I'm so sick and tired
Trying to turn the tide, yeah
So I'll say my goodbye
Laugh, laugh
I nearly died
I've been down to India, but it froze my bones
I'm living for the city, but I'm all alone
I've been travelling, but I don't know where
I've been wandering, but I just don't care
I hate to be denied
How you hurt my pride
I feel pushed aside
But laugh, laugh, laugh
I nearly died
Been travelling far and wide
Wondering who's going to be my guide
Living in a fantasy but it's way too far
But this kind of loneliness is way too hard
I've been wandering, feeling all alone
I lost my direction and I lost my home...Well
I'm so sick and tired
Now I'm on the side
Feeling so despised
When you laugh, laugh
I almost died...
I've been missing you but you just don't care
And I've been wandering, I've seen Greece and Rome
Lost in the wilderness, so far from home
Yeah, yeah
I've been to Africa, looking for my soul
And I feel like an actor looking for a role
I've been in Arabia, I've seen a million stars
Been sipping champagne on the boulevards - yes
I'm so sick and tired
Trying to turn the tide, yeah
So I'll say my goodbye
Laugh, laugh
I nearly died
I've been down to India, but it froze my bones
I'm living for the city, but I'm all alone
I've been travelling, but I don't know where
I've been wandering, but I just don't care
I hate to be denied
How you hurt my pride
I feel pushed aside
But laugh, laugh, laugh
I nearly died
Been travelling far and wide
Wondering who's going to be my guide
Living in a fantasy but it's way too far
But this kind of loneliness is way too hard
I've been wandering, feeling all alone
I lost my direction and I lost my home...Well
I'm so sick and tired
Now I'm on the side
Feeling so despised
When you laugh, laugh
I almost died...
segunda-feira, julho 17, 2006
A homenagem a Eugénio de Andrade!
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Eugénio de Andrade
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Eugénio de Andrade
quinta-feira, julho 13, 2006
Canção!
A beira Tejo
um brilho no ar
a teu sorriso eu vejo,
estou-me a apaixonar
A brisa leve
que te embala, amor,
a tua pele é neve,
mas eu nao aguento este calor...
Tu, és princesa, amor,
que nao posso esquecer
jamais acordar
sou um sonhador!
Nao,
Nao sei o que te dizer,
Sonho...
És todo o meu prazer!
Bruno Ramos
Sep. 21, 2005
um brilho no ar
a teu sorriso eu vejo,
estou-me a apaixonar
A brisa leve
que te embala, amor,
a tua pele é neve,
mas eu nao aguento este calor...
Tu, és princesa, amor,
que nao posso esquecer
jamais acordar
sou um sonhador!
Nao,
Nao sei o que te dizer,
Sonho...
És todo o meu prazer!
Bruno Ramos
Sep. 21, 2005
sábado, julho 01, 2006
O concerto...
Ola meus amigos!
Desta vez não venho escrever um poema, ou um desabafo. Venho simplesmente escrever aquilo que me vai no pensamento a estas horas da manhã, depois dum belo concerto que dei na Igreja de S. Martinho em Sintra (Festival de Música de Sintra).
Ainda com a adrenalina a correr-me nas veias, e o coração a saltitar, não por nervosimos, não... este até foi um daqueles concertos, e já lá vão uns anitos que isto não me acontecia, no qual estava impávido e sereno, sem qualquer tremelique (ai ai... os meus anos de músico despreocupado, jovem inconsciente) :P De facto venho partilhar esta alegria imensa que tenho, por ter tido mais uma oportunidade de tocar numa orquestra, juntamente com um coro!
Tudo correu às mil maravilhas, as duas horas de concerto pareceram curtos minutos que galoparam numa furia tal, que nem dei pelo tempo passar. As secções das peças, voavam num ápice, as melodias belas destes compositores portugueses dos séc. XVIII e XIX, foram como balsamo. Estou devéras contente...
Mas não foi só para mim que este concerto foi bom, pois as 150 pessoas, mais coisa menos coisa, que estavam presentes, vibraram ao bater palmas no final de cada peça. A alegria trasmitida pelo público ao bater palmas, foi como um elixir que nos faz reviver, e dizer que de facto andamos cá, neste mundo, para fazer alguma coisa de jeito. As palavras "Bom", "Espéctacular" e "Bravo" foram as mais ouvidas nos minutos após o "grande" recital!
Após terminar mais uma jornada na minha vida académica, um concerto destes foi voltar a reviver a minha grande paixão!
A música...
é o alimento que sacia o músico,
é o ar que deixa respirar o músico,
é o sol que põe feliz o músico,
a música... é o amor que trata com ternura o músico!
Bruno Miguel Ramos
Desta vez não venho escrever um poema, ou um desabafo. Venho simplesmente escrever aquilo que me vai no pensamento a estas horas da manhã, depois dum belo concerto que dei na Igreja de S. Martinho em Sintra (Festival de Música de Sintra).
Ainda com a adrenalina a correr-me nas veias, e o coração a saltitar, não por nervosimos, não... este até foi um daqueles concertos, e já lá vão uns anitos que isto não me acontecia, no qual estava impávido e sereno, sem qualquer tremelique (ai ai... os meus anos de músico despreocupado, jovem inconsciente) :P De facto venho partilhar esta alegria imensa que tenho, por ter tido mais uma oportunidade de tocar numa orquestra, juntamente com um coro!
Tudo correu às mil maravilhas, as duas horas de concerto pareceram curtos minutos que galoparam numa furia tal, que nem dei pelo tempo passar. As secções das peças, voavam num ápice, as melodias belas destes compositores portugueses dos séc. XVIII e XIX, foram como balsamo. Estou devéras contente...
Mas não foi só para mim que este concerto foi bom, pois as 150 pessoas, mais coisa menos coisa, que estavam presentes, vibraram ao bater palmas no final de cada peça. A alegria trasmitida pelo público ao bater palmas, foi como um elixir que nos faz reviver, e dizer que de facto andamos cá, neste mundo, para fazer alguma coisa de jeito. As palavras "Bom", "Espéctacular" e "Bravo" foram as mais ouvidas nos minutos após o "grande" recital!
Após terminar mais uma jornada na minha vida académica, um concerto destes foi voltar a reviver a minha grande paixão!
A música...
é o alimento que sacia o músico,
é o ar que deixa respirar o músico,
é o sol que põe feliz o músico,
a música... é o amor que trata com ternura o músico!
Bruno Miguel Ramos
sexta-feira, junho 09, 2006
À Deriva...
A vida...
Nesta vida tudo acontece, tudo passa, tudo fica,
não sei o que passei, não sei o que vou passar!
A vida...
É nesta miserável vida que me encontro que me vejo, onde desespero.
Caiem-me lágrimas, não sei explicar...
Será dor? Será anseio? Não sei!
O amor de facto, e não digam que não, e dor sem ferida, e um fogo que arde sem se ver! Desespero, anseio, não sei para onde ir...
Tu que és a minha estrela, não me indicas onde esta o Norte...
Tu que és meu farol, não acendes a tua chama para me conduzires a um porto seguro...
Perco-me, flutuo, ando a deriva...
Bruno Ramos
Nesta vida tudo acontece, tudo passa, tudo fica,
não sei o que passei, não sei o que vou passar!
A vida...
É nesta miserável vida que me encontro que me vejo, onde desespero.
Caiem-me lágrimas, não sei explicar...
Será dor? Será anseio? Não sei!
O amor de facto, e não digam que não, e dor sem ferida, e um fogo que arde sem se ver! Desespero, anseio, não sei para onde ir...
Tu que és a minha estrela, não me indicas onde esta o Norte...
Tu que és meu farol, não acendes a tua chama para me conduzires a um porto seguro...
Perco-me, flutuo, ando a deriva...
Bruno Ramos
sexta-feira, maio 19, 2006
Cântico Negro!
«Vem por aqui» - dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: «vem por aqui»!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali …
A minha glória é esta: Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos …
Se ao que busco saber nenhum de vós me responde,
Por que repetis: «vem por aqui»?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por ai…
Se vim ao mundo foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?…
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos,
as torrentes, os desertos…
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga:«vem por aqui»!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!
José Régio - Poemas de Deus e do Diabo
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: «vem por aqui»!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali …
A minha glória é esta: Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos …
Se ao que busco saber nenhum de vós me responde,
Por que repetis: «vem por aqui»?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por ai…
Se vim ao mundo foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?…
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos,
as torrentes, os desertos…
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga:«vem por aqui»!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!
José Régio - Poemas de Deus e do Diabo